População precisa estar atenta à varíola dos macacos

2022-06-02

Número de casos vem aumentando e a doença chega a mais países; saiba quais são os sintomas e como é feito o diagnóstico


Depois de mais de dois anos de pandemia de covid-19, o mundo observa com atenção o aumento dos casos de varíola dos macacos, doença que teve a primeira transmissão comunitária generalizada fora da África neste ano, chegando já a 22 países da Europa e América do Norte. O diagnóstico da doença é um desafio no qual a Roche Diagnóstica vem trabalhando fortemente contra o relógio. A empresa está mobilizada para trazer o teste PCR ao Brasil nas próximas semanas para uso em pesquisa. O exame diferencia a linhagem do vírus, informação relevante para apoiar as condutas de tratamento e prevenção da transmissão. Ainda não há casos confirmados no país.

 

A seguir, informações que a Roche Diagnóstica considera importantes para conscientização da população a respeito do tema.
 

O vírus Monkeypox pertence ao gênero Orthopoxvirus e costuma provocar infecções zoonóticas, como a varíola. Os humanos são hospedeiros intermediários do vírus.1
 

Cronologia
 

1958: Descoberto pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa.
 

1970: Os casos em humanos foram descritos pela primeira vez em 1970. Nas décadas seguintes, surtos esporádicos foram relatados na África.
 

2003: Primeiros casos humanos fora da África. Nos Estados Unidos, 47 pessoas ficaram doentes, quando animais importados da África infectaram cães-de-pradaria de estimação.
 

2022: Primeira incidência de transmissão comunitária generalizada fora da África; 22 países com casos confirmados.
 

Transmissão

  • Contato com o vírus de um animal, humano, fluidos corporais ou material de lesão.
  • O vírus geralmente entra no hospedeiro pelo trato respiratório, pela superfície da mucosa ou por rupturas na pele.
  • O tempo de incubação é geralmente de 7 a 14 dias.
  • As taxas de transmissão estimadas podem chegar a 73%.
  • Indivíduos podem transmitir o vírus desde o primeiro dia antes do aparecimento da erupção até 21 dias.

Sintomas
 

Febre, dor de cabeça, dores musculares, lesões nas mucosas e na pele, inchaço nos gânglios no pescoço, virilha ou axila (linfadenopatia), sintoma que diferencia a varíola dos macacos da varíola comum.
 

Mortalidade
 

A taxa de mortalidade para a linhagem do vírus da África Ocidental está abaixo de 1%. Para a linhagem da África Central, é de até 11% (em crianças não vacinadas sem tratamento).
 

Diagnóstico
 

O diagnóstico geralmente é confirmado pelo exame PCR (reação em cadeia da polimerase).
 

A OMS estabeleceu diagnóstico confirmatório com base no teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT), usando reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real ou convencional.
 

O diagnóstico de PCR é baseado em marcadores específicos que podem discriminar as linhagens da África Ocidental e da África Central.
 

A Roche Diagnóstica atualmente possui um teste RT-PCR para infecção por varíola dos macacos que fornece informações sobre a carga viral e diferencia as linhagens da África Ocidental e da África Central. O exame deve chegar ao Brasil nas próximas semanas para uso em pesquisas. O exame é feito a partir da coleta do fluido contido nas feridas causadas pela doença.
 

Tratamento
 

Atualmente, não existem tratamentos específicos comprovados para a varíola, mas os sintomas clínicos podem ser controlados e existem medidas de prevenção. Medicamentos antivirais estão sendo usados ​​para tratar a infecção por varíola, mas as indicações ainda estão sendo estudadas.

Além disso, sugere-se que a vacina contra a varíola pode reduzir a manifestação da doença em até 5 vezes, de acordo com um estudo no Congo, África.
 

Prevenção

  • A vacinação contra a varíola para reduzir as oportunidades de mutação viral e a disseminação da varíola entre humanos;
  • Medidas locais de contenção para evitar a transmissão mundial;
  • Informações de qualidade para melhorar o reconhecimento da doença;
  • Acesso a ferramentas de diagnóstico para avaliar a situação em curso e recolher dados;
  • Capacitação de profissionais de saúde e constituição de equipes interdisciplinares para identificação de casos de varicela e aplicação de medidas de proteção.

Relatórios de incidência anteriores
 

Durante os surtos em pessoas não vacinadas no Congo, a incidência cumulativa entre as zonas foi de 5,53 por 10.000 pessoas.

As pessoas vacinadas tiveram um risco 5,2 vezes menor de varíola do que as pessoas não vacinadas.
 

Relatórios de incidência atuais
 

23 países com casos confirmados de Monkeypox.
 

257 casos confirmados em todo o mundo registrados pela OMS.
 

Dados compilados de comunicações públicas revelam que o número de casos é muito superior ao reportado pela Organização Mundial de Saúde, sendo estimados 580 casos confirmados e 123 suspeitos em todo o mundo. Revelando uma taxa de infecção mundial superior ao 28 novos casos suspeitos/confirmados por dia. 

Por: Roche / Foto Ilustrativa: Freepik